O Grupo de Teatro A Sala surgiu na sequência de um workshop de “Iniciação ao Teatro” realizado no Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo, em 2010, sob orientação de Luís Carvalho – actor, encenador e juiz em Angra do Heroísmo. O workshop culminou com a apresentação de uma peça infantil, o “Relógio Mágico” de Fernando Passos, a 18 de Dezembro de 2010. No início do ano, a Ricarda Mendonça, Margarida Ferreira (que haviam frequentado o workshop) e a Bárbara Loução juntaram-se ao encenador e formaram um grupo de teatro, sendo esta a sua formação inicial. Começaram a trabalhar um novo texto que viria a ser apresentado em Janeiro de 2012, intitulado “A Boca do Corpo”. Os ensaios para a peça decorriam na sala de arrumações do Tribunal, ou eventualmente numa sala de estar de algum dos elementos, chegou-se a ensaiar numa padaria! De facto, o espaço de ensaios era uma problemática sempre presente, dessa forma, e fazendo jus à história, surgiu o nome do Grupo de Teatro A Sala.
A formação inicial cresceu com a integração de novos membros.
Mais tarde, em 2013, aquando da apresentação da peça “Amor Selvagem” de Sam Shepard, o Director do Museu de Angra do Heroísmo convidou o grupo a ter residência no Museu. E assim o grupo passou a ter uma sala desde 2014.
A residência no Museu de Angra do Heroísmo permitiu solucionar a questão do espaço de ensaios, tendo permitido também criar uma nova forma de chegar ao público, com maior frequência nas apresentações do grupo – Assim surgiu o Café Teatro. Este formato realizava-se na última quinta-feira do mês, e era constituído por três sketches, abordando temáticas diversas incluindo paradigmas sociais, culturais e educacionais da actualidade. O Grupo criou um público fiel e seguidor das suas actuações. O Café Teatro foi apresentado todos os meses até Junho de 2016, a partir de então, e dada a saída de alguns elementos do grupo e a entrada de outros, o Grupo decidiu alterar a frequência deste formato para meses alternados. O objectivo dessa mudança é permitir ao grupo dedicar-se a textos mais complexos (peças integrais) e diversificar a sua actividade, incluindo assim na programação workshops, sessões de leitura e colaborações frutíferas.
Justificação do Interesse Cultural das Actividades
Este grupo de teatro tem a particularidade de apresentar peças que questionam a actualidade, por vezes com drama outras vezes com humor. É, em boa verdade, uma forma de activismo cultural. A arte leva à sublimação, mas também à interrogação, à experiência plural através da história, a partir dos personagens. O Teatro é sem dúvida importante para a comunidade, porque se dirige a assuntos sérios mas também entretém, entrega com leveza.
Este grupo desenvolveu um plano de actividades que trata temáticas contemporâneas. Uma das principais actividades, ao longo d existência do grupo, é o Café-Teatro. A apresentação de sketches (geralmente três por sessão) a decorrer no Museu de Angra do Heroísmo, sendo o Grupo de Teatro A Sala residente nessa entidade.
O público de alguma forma seleccionado, e já conta com habitués. Tem vindo a aumentar o número de pessoas por sessão, e essencialmente a sua variedade, sendo notória uma assiduidade transversal em O mesmo acaba por acontecer com as peças de teatro, sendo que o público é mais abrangente, pois são realizadas em espaços mais convencionais, e integrando o programa da Temporada de Teatro promovida pela Câmara Municipal de Angra do Heroísmo. O objectivo tem sido criar textos inéditos ou apresentar e dar a conhecer obras de dramaturgos.
As peças infantis têm a habilidade de trazer temas actuais às crianças, para que elas já se comecem a relacionar com o próximo, com a comunidade, mas também entrega mensagens aos pais que assistem e apreciam o espectáculo. É uma peça apresentada na época natalícia pretendendo também promover a participação cultural desde tenra idade, concomitantemente confere-se magia, através da história viva que é o teatro, às férias escolares.
As Tertúlias são por si só puramente culturais e intelectuais, já que se discute a obra de autores literários, ou artes plásticas, e dá-se a conhecer a pessoa-autor-artista, a sua intenção, a sua personalidade, entre curiosidades que surgem da troca directa de palavras, num ambiente intimista, quase em formato de sala de estar (Meeting Point, Rua do Galo). No fundo, o objectivo é a promoção da troca de interpretações e ideias, da leitura, da crítica, e essencialmente promover o diálogo – o que enriquece o património cultural da população, cria massa crítica. O clube documental decorrerá este ano em Dezembro, no entanto, dado ter um objectivo semelhante às tertúlias, mas focado na fotografia e cinema, haverá a fusão com a anterior, já que não faz sentido dispersar quando o propósito temático se pode enquadrar nas Tertúlias.
As restantes acções ligadas às artes plásticas ou à experimentação, através dos workshops, vêm complementar a actividade principal – o Teatro e a interpretação. Todas as acções servem o público e visam a divulgação de património cultural, a promoção do diálogo e da discussão de ideias, desenvolver a criatividade, relevando o basilar e tradicional formato do tête-a-tête, sem outros interfaces, num discurso diversificado e que já tem vindo a demonstrar ter um público fiel.
Contacto
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